quarta-feira, 12 de maio de 2010

Autenticidade e Transparência na Rede

Estas linhas resultam de uma reflexão pessoal que fui elaborando enquanto realizava um debate com três colegas num fórum privado.

Foi-nos proposto pensar nas seguintes questões:

Quem são e como são verdadeiramente esses outros que encontramos na rede? Que são eles por detrás das máscaras que constroem na rede? Que somos nós de nós próprios na rede? Somos ou poderemos ser transparentes? São as imagens que de nós partilhamos autênticas? Que dizem de nós? Tudo? Nada?

Por outro lado, como poderemos assegurar a autenticidade da informação? Pela sua transparência? Quem a valida ou autentica? Quem o poderá fazer? A própria comunidade, a própria rede? Será pela transparência dos processos de partilha? Como e em quem na rede poderemos confiar? Como se poderá garantir a qualidade da informação e como se poderá garantir a idoneidade da utilização dessa informação?

Reflexão

Acreditamos que a Internet não é segura e que apesar de aparentemente ninguém controlar toda a rede, existem tentativas de a controlar, aqui e ali com algum sucesso, principalmente por parte dos governos.

Admitimos que a fraude intelectual acompanhou o homem ao longo dos tempos e aumentou com o advento da Internet, por isso parte da informação contida na Internet não é confiável, quer no conteúdo quer na autoria. A questão da autoria é um dos pontos fulcrais da nossa sociedade, por vezes estamos preocupados em evitar os plágios enquanto noutras queremos evitar ser identificados com determinado comportamento ou acção. Por um lado existem algumas iniciativas para garantir os direitos de autor às quais podemos aderir e  por outro temos o receio que a falta de segurança da Internet não garanta o nosso anonimato.

Temos consciência que é possível criar entidades falsas no mundo físico e que o advento do digital veio facilitar a criação de novas entidades ou em menor escala o publicitar de forma credível algumas características que alguém tem ou pretende simular.

Queremos confiar na outra parte da Internet que pensamos ser confiável e acreditamos que, apesar de algumas tentativas de fraude, existem diferentes identidades que garantem a qualidade da informação nela contida. Acreditamos no poder das redes sociais, no que os amigos dizem sobre nós, para garantir a identidade digital. Por outro lado confiamos na credibilidade de diversas instituições como garantia da autenticidade das informações disponibilizadas.

Preocupamo-nos com a identidade de alguns, logo com a nossa. Procuramos ir ao encontro do que queremos que os outros pensem de nós. Podemos querer ser verdadeiros, mas por mais transparentes que queiramos ser, quando criamos a nossa identidade digital estamos a publicar um simulacro do que realmente somos, pelo que a nossa identidade digital, mesmo que de forma inconsciente, será vista como um campo alternativo da nossa personalidade íntima. Podemos ter identidades digitais, alternativas, que funcionam como nossos heterónimos ou avatares. Mas na medida em que neles projectamos a nossa personalidade pessoal, estamos a dar-lhes personalidade própria e talvez por isso continuemos, aqui e ali, a preferir o anonimato à sua exposição social. 


Debatemos em particular quatro questões
  • Identidade digital - prolongamento da personalidade pessoal ou campo alternativo da nossa personalidade íntima?
  • O perigo da fraude intelectual aumentou com o advento da Internet?
  • Em que medida a rede é segura e em que medida a informação nela partilhada é confiável? Quem o pode garantir?
  • É possível alguma entidade particular ou alguém (e se sim, qual ou quem) controlar a rede?

A colega Cecília elaborou um resumo personalizado das nossas intervenções no debate que deve ler para compreender a nossa reflexão.

Sobre o tema proposto

Mais um tema a manter em mente, durante a discussão surgiram novas questões que podemos debater.

Sobre o trabalho em grupo

Gostei deste grupo de trabalho, penso que as nossas visões completam-se e permitiram ampliar as perspectivas que cada um foi construindo. Deixo ligações para as reflexões dos restantes elementos do grupo.

Reflexão da Cecília, Reflexão da Lauriza (partes I, II, III, IV) , Reflexão do Marco.
 

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