A revista Super Interessante nº141 Janeiro 2010 (versão PT), apresenta um artigo com o título Ciberescola do qual recomendo a leitura.
Neste artigo podemos ler que está em análise na Dinamarca a possibilidade dos alunos na sala de aula poderem consultar a internet ao mesmo tempo que realizam os testes.
É apontado que até o chat poderá ser admitido durante um teste: "uma terceira pessoa é apenas mais um recurso".
Nas últimas semanas tive a oportunidade de seguir vários blogues sobre elearning e existe a noção de que a maneira como se aprende está em evolução.
Não foi há muito tempo, há uns vinte anos atrás (+ ano - ano), que quando se queria comunicar com alguém era necessário esperar uma altura em que o destinatário estivesse perto do telefone, hoje em dia com o telemóvel a comunicação é instantânea. Para comunicar com a comunidade era necessário publicar uma mensagem no jornal e esperar pelo dia seguinte para a mensagem ser transmitida, mensagens especiais poderiam aguardar pela hora do Telejornal. Apenas o rádio permitia a divulgação das mensagens em todo o lado de uma forma rápida. Actualmente com os blogues, os twitter, a comunicação com a comunidade passou a ser rápida e até instantânea.
Os alunos da escola pré-Internet dispunham de tempo para consultar volumes e volumes de livros, carinhosamente os alunos apelidavam os volumes com mais páginas de "calhamaços", o mundo andava praticamente à velocidade do vapor. A sociedade já queria mais, mas o aluno continuava a aprender a ler/escrever e a utilizar o sentido crítico. A escola tinha o cuidado de instruir o aluno para este não ir contra a sabedoria dos mestres que lhe era transmitida pelos professores e pelas obras de autores famosos.
Enquanto as escolas e os alunos esperavam pela Internet, a televisão foi ganhando influência como fonte de divulgação de conhecimentos, o aluno ficou perante a alternativa de despender dezenas de horas a ler um livro e a ver desenhos e esquemas inanimados ou em adquirir o mesmo conhecimento em alguns minutos ao ver um filme com uma imagem mais precisa e dinâmica sobre o mesmo assunto. A escola aproveitou para mudar e foram introduzidos sempre que possível os vídeos ao serviço da aprendizagem. No entanto a visualização dos filmes/documentários estava limitada pela dificuldade de acesso aos diversos documentários produzidos.
À medida que a sociedade foi evoluindo com os telemóveis, com os códigos de barras, com os cartões de cliente, com a Internet de baixa velocidade, com os documentos em PDF, com as máquinas fotográficas digitais , com ... , e actualmente com a banda larga (que até já quer ser móvel), as formas como os indivíduos querem aprender também mudaram, quem vai agora ler as grandes enciclopédias para pesquisar um assunto?
Durante centenas de anos, o que o professor aprendia com os seus mestres era suficiente (com pequenos ajustes) para ensinar os seus alunos, hoje as competências necessárias aos alunos são outras e é necessário que o professor acompanhe esta realidade. O cidadão actual deve saber interagir com a comunidade global, com a evolução rápida das tecnologias e do saber fazer. As competências necessárias ao aluno são outras, o conceito de infoexclusão acompanha o conceito de globalização.
Alguns professores, têm tentado alterar as metodologias e até ao ano passado, tiveram de se debater com a falta de recursos. Este ano, está a ser introduzida a Internet nas salas de aula. Ainda falta ao professor aprender como utilizar os novos recursos em contextos educativos. O caminho está lançado, precisamos também que os gestores ajustem os currículos e a estas mudanças.
A escola deverá aprender a exponenciar as capacidades das novas formas de comunicar. Passamos no passado por várias eras tecnológicas e ainda há pouco se falava numa sociedade de informação. A informação só por si vale o mesmo que uma biblioteca cheia de livros (o que é bom) mas a escola poderá ajudar a transformar a Sociedade da Informação numa Sociedade da Comunicação (i.e. de aprendizagem).
1 comentários:
Comprar revistas não é para o bolso de todos os professores… E que tal partilhar no blogue ou no fórum o artigo da revista, assim podíamos discuti-lo melhor. Eu e a comunidade virtual agradecíamos :-)
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